COMO FAZÍAMOS SEM… PAPAI NOEL

O Papai Noel moderno nasceu no século 19 – Thomas Nast

Gorducho e bondoso? Nada disso. Antes de existir o Papai Noel, a tradição na Europa era receber no fim do ano um sujeito coberto de peles de animais que percorria as casas para filar comida e bebida. A figura, chamada de Velho Inverno, está nas raízes do senhor de barba branca e bochechas rosadas de hoje.

Até o século 4, quando o paganismo dominava a Europa, os homens apelavam para os deuses para tentar amenizar o rigor do inverno, estação que trazia muitas privações, especialmente em relação à comida. Surgiu então a tal lenda do Velho Inverno – as pessoas acreditavam que, se dessem o que comer e beber para ele, o frio seria menos rigoroso.

A figura de São Nicolau, considerado o verdadeiro ancestral do Papai Noel, só surgiu muito tempo depois. Nicolau foi um monge que viveu na Turquia no século 4. De acordo com a tradição cristã, ele ajudou uma moça muito pobre a não ser vendida pelo pai, que não tinha dinheiro para o dote de seu casamento. Um dia antes da venda, Nicolau teria jogado pela chaminé da casa da jovem um saco cheio de moedas de ouro. O religioso foi reconhecido como santo pela Igreja no século 9 e, quatro séculos depois, o dia de sua morte, 6 de dezembro, passou a ser celebrado. Nessa data, as crianças aguardavam ansiosas os presentes que seriam deixados por um homem idoso vestido de bispo. Era o início da tradição do Papai Noel.

A imagem do velhinho gorducho e de barba branca começou a se formar em 1881, quando o desenhista alemão Thomas Nast publicou na revista americana Harper’s Weekly um desenho do Papai Noel. Ele estava em preto-e-branco e tinha aparência semelhante à de um gnomo. Nos anos seguintes, Nast foi aprimorando o retrato inicial, acrescentando uma barriga proeminente e aumentando um pouco sua estatura.

Em 1931, a Coca-Cola contratou o artista americano Haddon Sundblom para transformar Papai Noel numa figura totalmente humana e real (para isso, o artista fez uma espécie de auto-retrato). A empresa não foi a primeira a colocar roupas vermelhas no velhinho – uma gráfica de Boston lançou, em 1886, cartões de Natal com o Papai Noel em trajes dessa cor. Mas foram as campanhas do refrigerante que ajudaram a consolidar a imagem que temos dele hoje.

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